Levar os resultados da prática da Clínica da Atividade Docente ao conhecimento dos Gestores Educacionais
por Anselmo Lima
Depois de registrar em ata uma síntese da análise e da problematização dos videodocumentários em reunião pedagógica com os professores, o décimo terceiro passo na implementação de uma Clínica da Atividade Docente nas escolas é levar os resultados alcançados ao conhecimento dos Gestores Educacionais, de modo a viabilizar que se tomem determinadas providências de resolução de certos problemas que dependem de seu apoio político irrestrito.
A postura clássica ou tradicional da maioria dos gestores educacionais é a de especialistas externos: mesmo sem ao menos estarem com os professores no dia a dia, sabem “tudo” do trabalho docente, conhecem “todos” os seus problemas, dispõem de “todas” as soluções e determinam que elas sejam implementadas quase sempre de “cima para baixo”. Entretanto, como já discuti em um post anterior, é completamente diferente a postura de Gestores Educacionais que se preocupam efetiva e verdadeiramente com a promoção tanto da formação continuada quanto da saúde do professor nas escolas, pelo viés de uma Clínica da Atividade Docente.
Esses Gestores Inovadores, ao contrário, 1) procuram, tanto quanto possível, estar com os professores em seu dia a dia; 2) buscam humildemente aprender com eles sobre a docência; 3) preocupam-se em identificar junto com eles os problemas reais do trabalho educativo; e, principalmente, 4) querem saber deles quais seriam as soluções que eles mesmos propõem para resolvê-los, num movimento legítimo que vai de “baixo para cima”.
Gestores Educacionais com esse perfil não terão maiores dificuldades na hora, por exemplo, de liberar ou buscar viabilizar a liberação de verbas para realização de determinadas melhorias nas condições do trabalho educativo tanto da escola quanto, especialmente, de suas salas de aula. Não terão, ainda, maiores dificuldades na hora de apoiar os professores na realização de determinadas mudanças no jeito de ser e de funcionar das próprias escolas e, de modo mais amplo, das secretarias municipais e estaduais, assim como do próprio… Ministério da Educação! É a esses Gestores que se devem levar os resultados registrados em ata após a prática contínua da Clínica da Atividade Docente nas escolas. Aliás, são eles que apoiam a iniciativa desde o princípio.
É importante considerarmos considerar que muitas vezes, professor, mesmo que os gestores educacionais busquem fazer o melhor para a comunidade escolar, há coisas que não estão ao alcance dos gestores. Nesse sentido, talvez muitos dos problemas podem a vir não ser resolvidos, não por vontade dos gestores, mas por questões outras das redes de educação.
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Exatamente Dener, muitas vezes o gestor não vai conseguir resolver todos os problemas, por isso é necessário que haja contato com outras instâncias para que assim possa recorrer a elas, para que então o problema seja sanado.
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O coordenador pedagógico tem extrema importância no ambiente escolar, tendo em vista que ele promove a integração dos indivíduos que fazem parte do processo ensino-aprendizagem, estabelecendo, de forma saudável, as relações interpessoais entre os envolvidos. É um profissional que atua entre a direção e os educadores, mas também se relaciona com os alunos e os familiares.
Ele tem papel estratégico na mediação entre as diferentes instâncias educacionais, exercendo funções de articulação, formação e transformação, por isso é importante que o coordenador saiba como agir em todos os momentos.
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Concordo, Camila! O coordenador realmente possui um papel estratégico de mediador, mas também coloco que esse não terá as respostas certas sempre, por isso a relevância de se pensar em um coletivo de trabalho no qual há espaço para diálogos, interação, compartilhamento de experiências, ideias…
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Pensar sobre gestores inovadores é de fato muito importante pois esses não são externos no processo. Claro que esses não possuem todas as respostas e soluções necessárias para determinadas situações, por isso se torna tão importante o diálogo entre o coletivo de trabalho.
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Exatamente, penso que o gestor será muito importante para que a Clínica da Atividade Docente alcance resultados, visto que ele possivelmente será o responsável por colocar em prática mudanças na instituição de ensino que irão solucionar os problemas que estão colocando em risco a saúde do professor.
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Pensando que o ideal seria que os gestores tivessem o maior conhecimento possível sobre as situações enfrentadas pelos professores, o que acho que seria o ideal para esse cargo é algo que acontece em muitas escolas municipais da nossa região: a eleição do gestor que pertence ao próprio corpo docente da instituição. Ninguém melhor que o próprio professor da escola para agir na administração da na resolução de problemas.
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Gosto dessa ideia também, Mayara! Acredito que, além do profissional ter uma experiência viva da prática real da atividade docente, os professores possivelmente irão se identificar mais com um gestor que já esteve em um papel semelhante ao do docente.
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Creio que o papel dos gestores educacionais é um elemento que nem sempre é valorizado da devida maneira. Digo isso sobre os professores que acabam por criar um preconceito, generalizando todos os gestores como rivais ou inimigos da classe docente, mas também acredito que exista a desvalorização dos gestores por parte deles mesmos, quando há o conformismo e o descaso acerca dos obstáculos enfrentados pelos professores. Sendo assim, a Clínica proporciona uma emancipação geral dos gestores no contexto educacional.
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Isso mesmo, Emanuel. Acredito que temos as duas faces da moeda. Não podemos generalizar dizendo que todos os coordenadores pedagógicos são imparciais as demandas trazidas pelos docentes. No entanto, por ser predominante esse tipo de situação acaba por agravar a situação educacional e a cultuar essa realidade como única.
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Acredito que esteriótipos são criados tanto para o docente quanto para o coordenador pedagógico. Ao docente, cria-se a ideia de que sua prática nunca será boa o suficiente e os “figurões” externos à ela saberão sempre o que deve ser feito. Já ao coordenador pedagógico, este nunca estará dedicado a conhecer as necessidades dos professores e pensar de que modo pode contribuir para a prática destes. Por mais que isso não seja totalidade e predominância. Por essa razão, vejo a clínica como uma ferramenta de suma importância pois somente ela será capaz de unir esse dois eixos e assim mudar essa cultura que temos.
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O coordenador exerce o papel de mediador, mas nem sempre ele tem todas as respostas, é necessário pensar no coletivo, se ajudar no âmbito escolar.
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