Como se deu o trabalho de filmagem de aulas?
por Anselmo Lima
Tendo atuado com os professores na análise e problematização das aulas até então apenas observadas e registradas por escrito, o oitavo passo de implementação da Clínica da Atividade Docente na UTFPR-PB foi o de filmagem propriamente dita da atividade de ensino-aprendizagem realizada por meio da interação dos professores com seus alunos. A câmera foi, como é recomendável, posicionada sobre um tripé no canto esquerdo do fundo da sala, de modo que foi possível registrar os alunos de costas (e lateralmente) e gravar os professores de frente, em sua movimentação ao interagir com os alunos. Com esse posicionamento da câmera, como as aulas e as gravações se deram no Laboratório de Informática, foi possível registrar também as telas dos computadores dos alunos, as quais – em relação à localização dos professores, que ficam à frente – se constituem como “pontos cegos” para os docentes.
A montagem do equipamento de filmagem no local teve início aproximadamente 15 minutos antes do início das aulas. Conforme os alunos iam chegando e entrando na sala, inevitavelmente notavam a aparelhagem e demonstravam interesse e curiosidade. Por vezes, conversavam e faziam breves observações bem-humoradas sobre como seria para eles e para os professores a experiência de serem filmados. O fato foi que, como já era de se esperar e como – na perspectiva da Clínica da Atividade Docente – é desejável, os alunos “mudaram” seu comportamento: pareciam mais quietos e demonstravam prestar mais atenção e se concentrar mais nas aulas. Essa “mudança” de comportamento, entretanto, não impediu que se notasse uma vez mais, na aula de um dos professores da dupla, a relativa e ligeira “indisciplina” ou “dispersão” de alguns dos alunos, a qual – como comentei no post anterior – se materializa na forma de algo como certa agitação e/ou movimentação discente.
Esses aspectos, bem documentados pelas filmagens, serão abordados detalhada e profundamente em meus próximos posts, os quais – no nono passo de implementação da Clínica da Atividade Docente na UTFPR-PB, serão dedicados justamente à análise e problematização com e pelos professores de trechos de aula em situação de Autoconfrontação Simples e Cruzada.
Professor, achei bastante interessante a reflexão que o senhor faz sobre os “pontos cegos”. Fiquei aqui pensando, para os professores da informática os pontos cegos são as telas dos computadores, já que eles não conseguem vê-las (literalmente), mas e para nós, professores da educação básica, não existiriam outros “pontos cegos” (em sentido figurado)? Por exemplo, muitas vezes, estamos ministrando nossas aulas e achamos que os alunos estão entendendo do que estamos falando, que estão compreendendo a matéria. No entanto, quando aplicamos uma avaliação o resultado é justamente o contrário: toda a turma vai mal. Como podemos lidar com isso na perspectiva da clínica?
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Professor, é interessante pensar nessa questão da mudança de comportamento quando estamos sendo filmados, realmente a nossa tentativa é se policiar frente às câmeras, no entanto, penso que isso ocorre apenas nas primeiras aulas, logo em seguida a gente esquece e acaba seguindo o curso das aulas naturalmente, pois a câmera deixa de ser um objeto estranho e passa a fazer parte de nossas aulas.
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Exatamente, Camila! Nas primeiras aulas é muito comum o estranhamento, já que é uma prática diferente em sala de aula, da qual não estamos tão acostumados, mas concordo que nas aulas seguintes acaba se tornando algo normal na sala de aula.
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Verdade, Camila e Barbara. Concordo com vocês e podemos citar a nossa própria experiência com a disciplina de Clínica da Atividade Docente ministrada pelo Prof. Anselmo.
Nas primeiras aulas da disciplina até sentia um certo desconforto e me auto observava mais nas minhas atitudes em sala, mas com o tempo isso foi se diminuindo e tornando-se mais natural.
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Concordo com o que minha colega Camila destaca acima, no inicio é muito comum ocorrer um estranhamento por conta dos equipamentos para filmagens, já que esses são objetos diferentes daqueles estamos acostumados. Ademais, como ocorreu na minha própria experiência assistindo as aulas de Clínica da Atividade Docente, que são aulas filmadas, aos poucos me acostumei e foi como se as câmeras não estivessem ali.
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Acredito que seja comum isso ocorrer, afinal é uma realidade da qual não estamos acostumados, mas com o passar das aulas percebemos que toda a novidade vai se tornando parte do nosso dia a dia, até ser natural para nós.
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Exatamente isso, Camila! Vejo por mim também e a minha experiência com esta matéria. Nas aulas sequências já não despertavam em mim o desconforto inicial.
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Conforme havia explanado no posto anterior, acredito que seria interessante fazermos uma análise inicial e ao fim das filmagens, isso nos mostraria quais são os comportamentos dos envolvidos e as diferenças que estes apresentam a partir do momento que se familiarizam com as câmeras.
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No começo é muito comum ocorrer um estranhamento por conta das filmagens, por não estar acostumado com isso. Mas com o tempo, se acostuma e se torna algo natural.
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