Autoconfrontação Simples: o professor “B” observa, descreve e explica um trecho de suas aulas
por Anselmo Lima
Em um segundo momento, o outro docente da dupla de professores do Departamento de Informática, que aqui denominarei provisoriamente professor “B”, observa, descreve e explica um trecho de suas aulas, em sua própria sessão de Autoconfrontação Simples, sempre em minha presença e na presença da Pedagoga Doutoranda Dalvane Althaus. A seguir, é possível observar duas imagens representativas desse trecho e parte do comentário do professor:
Imagem 3: o professor digita sentado
Imagem 4: o professor explica sentado
PB: é… olhando assim… se tu for ver… é… tá abstrato porque eu seleciono uma parte… e eu não fico mostrando bem certinho, né?… eu selecionei o todo… mas não fui mostrando… eu podia ter selecionado cada… cada pequena parte… então eu tô falando… mas eu não tô de fato mostrando… o local ali… vamos supor… eu poderia ter selecionado ah… só esse primeiro tópico… ou só a segunda linha… então… esse é um aspecto falho que eu poderia ter… feito de uma forma melhor…
ANSELMO: ah… você acha?
PB: sim… selecionado… porque da forma como eu estou falando… tá tudo selecionado… às vezes o aluno… ele fica perdido… poderia ter selecionado cada… palavrinha que eu ia falando… esse momento era um momento em que agora está selecionado… por exemplo eu poderia ter levantado… né? e ido aqui e falar ó neste local aqui está a plaquinha de rede… neste local…
ANSELMO: ah… indicar…
PB: indicar de uma forma melhor… né… lógico que a gente acaba não fazendo isso muitas vezes por quê? levanta, senta, levanta, senta… e… acaba… tendo… se for fazer isso a cada… mas é uma coisa que a gente tinha que pensar… talvez uma forma de melhorar isso… é ter sempre aquele apontador… né?
ANSELMO: o “leizerzinho”?
PB: é… porque daí você está… sentado e você consegue apontar… não precisa ficar se deslocando tanto…
Em meu próximo post apresentarei a continuidade da análise clínica desse processo de observação, descrição e explicação do professor “A” e do professor “B”.
Este professor tem uma abordagem diferente com seus alunos, já começando pela postura. O mais interessante de se observar é a sinceridade e criticidade que eles possuem ao analisar suas próprias práticas. Ambos os professores (“A” e “B”) conseguem compartilhar os mesmos problemas enfrentados, partindo da situação real observada. Isso só tem a agregar na experiência do professor, bem como nas suas próximas práticas.
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Acho interessante como, a partir de falas diferentes, o mesmo problema aparece. Aqui, o professor B não é tão direto, mas podemos perceber que o fato de as mesas serem baixas o incomoda (principalmente através do trecho “levanta, senta, levanta, senta”). Logo, percebe-se que os problemas de um professor não são exclusivamente dele, mas provavelmente enfrentados por outros docentes também.
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Achei muito interessante, professor, que ambos os docentes relatam praticamente o mesmo problema, mas o que realmente me chamou a atenção foi o fato de que os dois professores dão sugestões de melhorias, isso é muito importante, pois demonstra que além de conseguirem observar os problemas também conseguem encontrar soluções.
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O fato de eles encontrarem os mesmo problemas só comprova o que já discutimos anteriormente na disciplina de Clínica da Atividade Docente, não importa se são professores de disciplinas diferentes pois por vezes irão enfrentar os mesmos problemas. Muito interessante sua observação, Camila, o fato de eles saberem a solução para tal dificuldade comprova que os professores são os maiores especialistas da suas atividades.
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Exatamente, meninas! Concordo com as colocações que fizeram. É possível observar aqui a relevância de se ter um coletivo de trabalho consciente de que o professor é o maior especialista da sua prática.
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Neste post é possível perceber e analisar como apesar das diferenças de atitude dos professores, ambos lidam com o mesmo problema de estrutura. Ademais, os dois também trazem sugestões para lidar com esse problema. Dessa maneira, percebe-se a relevância de um coletivo de trabalho, já que quase todos os docentes dentro de um ambiente escolar lidam com problemas semelhantes e cada um muito provavelmente têm uma solução para lidar com esses, logo, com o diálogo e compartilhamento de ideias é possível se pensar o que seria ideal para facilitar os empecilhos que atrapalham o professor no desenvolvimento de suas aulas.
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Imaginei a mesma coisa Barbara. Compartilhar essas experiências para todo o grupo fortalece as possibilidades de solução, nesse caso, acredito que só os professores compartilhando ficaria mais difícil de resolver, afinal, se trata de um problema estrutural, mas se a situação fosse na própria prática, as ideias partilhadas ajudariam cada um a vencer suas adversidades.
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É como a clínica nos mostra, enquanto coletivo cresceremos sempre. Seja pela troca de experiências, energias, relações… Será através do meu contato com o outro que eu poderei agregar meu conhecimento. O processo é cíclico.
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Apesar das diferente metodologias claramente identificadas ao compararmos um professor com o outro, há questões estruturais que interferem igualmente na prática desses dois profissionais. Identificar essa semelhança só foi possível através de um compartilhamento de experiências, ou seja, através do coletivo, através da clínica. Nisso percebemos a importância em trabalharmos como parceiros, profissionais envolvidos integralmente no processo.
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Algo que me chamou a atenção professor, é que os dois docentes relatam o mesmo problema e o fato de que os dois dão sugestões de melhorias.c
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