Como se deu o uso de videodocumentários em reuniões pedagógicas com os professores?
por Anselmo Lima
No primeiro e no segundo videodocumentário, observa-se que tanto o Professor “A” quanto o Professor “B” tentaram apontar alternativas para saída do impasse no qual se encontram. Para o primeiro: “solução para isso… cara… ahn ((risos))… seria comprar bancadas para o Professor colocar o notebook… e ficar de pé… digitando… seria uma solução para a aula de informática”. Para o segundo: “talvez uma forma de melhorar isso… é ter sempre aquele apontador”. De qualquer forma, verifica-se nas soluções propostas pelos professores que permanecem seus posicionamentos iniciais: respectivamente, dar aula digitando em pé para primeiramente manter o contato com os alunos (compra e uso de bancadas) e dar aula digitando sentado para primeiramente poupar-se do desgaste de estar em pé ou inclinado (uso frequente de um “apontador”).
Em reuniões pedagógicas que trataram dessa questão com a participação ativa não só dos Professores “A” e “B”, mas também de todo o coletivo de professores do Departamento de Informática e dos demais departamentos da universidade (um total aproximado de 300 docentes), concluímos coletivamente que, independentemente de se tratar da aula de informática ou de qualquer outra aula, com o objetivo de manter o contato com os alunos, a atividade docente exige que o professor esteja prioritariamente – na maior parte do tempo – em pé.
Assim, nessas reuniões pedagógicas, desenvolveram-se discussões sobre como a mesa do professor poderia ser adaptada para servir a tal propósito. Essas discussões ocorreram, portanto, justamente com o intuito de orientar o esforço de tornar sustentáveis para os dois professores (e para todos os demais) gestos profissionais docentes que coletivamente identificamos como insustentáveis e, portanto, prejudiciais à saúde. Percebemos, com isso, como aspectos coletivos e individuais das práticas pedagógicas e da saúde do professor de informática – bem como de qualquer outro professor que possa fazer uso semelhante de uma mesa e de um computador em suas aulas – estão em jogo nesse desenvolvimento subjetivo contraditoriamente ora impossível, ora possível; ora impedido, ora liberado. Com isso, é tanto a qualidade do trabalho de ensino-aprendizagem quanto o cuidado com a saúde do professor que está em jogo.
Em meu próximo post falarei sobre como auxiliar o coletivo de professores na análise e problematização dos videodocumentários.
Até lá, assista ao primeiro e ao segundo videodocumentário clicando nos links:
Professor, como é lindo esse trabalho! A partir das questões geradas por apenas um ou dois professores os demais professores podem perceber que essas mesmas questões dizem respeito ao trabalho de todos os demais. Nesse sentido, vejo beleza, preocupação e engajamento nesse trabalho!
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Compartilho da mesma visão, Dener. O alcance do trabalho realizado pelo professor Anselmo é realmente muito grande. Também fico feliz que esse trabalho tenha chegado até a nossa turma do curso de licenciatura em letras através da disciplina optativa. Com toda certeza através das reflexões desses dois professores pudemos levantar nossas próprias reflexões sobre a profissão docente.
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Também compartilho dessa visão. O trabalho do professor Anselmo é muito importante para nós que iremos iniciar nossas práticas em um futuro próximo. Além disso, já conseguimos perceber de forma precisa os problemas que a docência possui, de certa forma, nos preparando para o que podemos encontrar em sala de aula.
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Sim, Dener! Realmente muito valoroso esse momento!
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Como já mencionado tantas vezes, vale lembrar que a Clínica beneficia o coletivo, com certeza com a solução desse problema, apontado por apenas dois professore, todo o restante dos docentes que trabalham no laboratório de informática se beneficiarão, da mesma forma que esses professores também podem se beneficiar com o relato de outros professores, por isso é importante, pois o problema de um pode ser o problema de dois, três, quatro… colegas de trabalho,
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Exatamente, Camila! É sempre bom reforçar o coletivo de trabalho, que é essencial para o desenvolvimento da clínica. Como podemos perceber no decorrer dos posts, esse possibilitou diversas reflexões, debates e posteriormente possíveis soluções.
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Muito interessante perceber como todo o processo da aplicação da clínica vem para complementar. Percebe-se também no post que por meio do diálogo e argumentação chegou-se numa possível solução. A proposta da Clínica é muito relevante pois ela se importa, como colocado no texto: “tanto com a qualidade do trabalho de ensino-aprendizagem quanto o cuidado com a saúde do professor que está em jogo”.
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Sim, importantíssimo, Barbara. Não é só uma questão de trabalho, mas também de saúde e, acredito que neste último aspecto esteja concentrada a maior parte da negligência por parte dos próprios professores.
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A construção de um coletivo de trabalho é um dos melhores benefícios para o professor que se insere na clínica de atividade docente. É muito bom visualizar os diálogos e as soluções encontradas por meio dos videodocumentários.
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É essencial essa ocasião em que o coletivo pode refletir sobre os infortúnios abordados pela reflexão da dupla de professores que participaram da clínica.
Até mesmo nós, como estudantes, já conseguimos nos beneficiar dessas reflexões. Quem dirá os professores que compõe o coletivo. Show!
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Exatamente, Rebecca. Também sinto essa “mudança” de perspectiva apenas com o breve contato que tivemos. Realmente espero ver esse projeto aplicado em todas as instituições.
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Realmente espero que a Clínica continue e cresça cada vez mais. Tenho certeza que se eu tivesse contato logo no início com esses estudos, certamente me engajaria em projetos e extensões futuras. É um eixo tão importante de ser abordado e, infelizmente, tão pouco falado nas instituições.
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