Como os professores foram auxiliados na análise e problematização dos videodocumentários?
por Anselmo Lima
O objetivo foi ajudar os docentes a formular providências didático-pedagógicas a serem tomadas por eles mesmos e/ou pelos gestores educacionais. Seguindo de perto os procedimentos que recomendei em um post anterior, assim que a reunião pedagógica começou, expliquei aos colegas professores que nossa meta era que eles mesmos, trabalhando em conjunto, fizessem a análise e tirassem conclusões sobre os trechos de sala de sala de aula colocados em pauta no primeiro e no segundo videodocumentário.
Enfatizei que o centro dos diálogos não eram necessariamente conteúdos específicos das disciplinas ministradas nas aulas, mas as próprias práticas pedagógicas, devendo estas sim ser discutidas. O objetivo foi esclarecer para os docentes que, apesar de estarem – como é frequentemente o caso – separados e isolados uns dos outros por diferentes disciplinas e conteúdos, existem elementos que podem, devem e precisam produzir entre eles uma maior união e agregação: todos são professores e a maior parte das dificuldades e obstáculos que enfrentam em sala de aula são partilhadas por todos ao ministrarem qualquer disciplina e/ou conteúdo.
Tendo sido essa a abordagem em nossa reunião pedagógica, ao serem apresentados os videodocumentários, os professores inevitavelmente se reconheceram nas dificuldades e obstáculos enfrentados uns pelos outros e perceberam que – como verdadeiros especialistas que são naquilo que fazem – muito puderam dizer, compartilhar e discutir sobre elas. Assim, ao se conduzir a reunião sempre respeitando os professores como aqueles que realmente sabem do que estão falando, foi possível auxiliá-los na identificação e na descrição detalhada do problema ou dificuldade de sala de aula, comum para todos: quem poderia suspeitar que tantos impactos negativos para a qualidade do trabalho de ensino-aprendizagem e para a saúde dos professores poderiam ter origem no tipo inadequado de mesa colocada à disposição na sala de aula?
Em meu próximo post, falarei sobre como se deu o registro em ata de uma síntese da análise e da problematização dos videodocumentários na reunião pedagógica. Aguarde!
Isso é uma prática excelente, professor! Assim, fica demonstrado que é possível rompermos com essas práticas dos especialistas externos, os famosos “figurões”, e deixarmos os espaços de protagonistas nas reuniões pedagógicas para aqueles que realmente sabem dos problemas enfrentados diariamente, os professores.
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Acredito que inicialmente deve ser complicado de comentar sobre os trechos mostrados, pois é a aula de outro profissional que está sendo analisada, dessa maneira, acho que uma das piores partes é achar palavras para expressar criticamente a prática pedagógica do outro, sem que este se sinta inferiorizado ou diminuído, por esse motivo (e outros) a clínica não é brincadeira, precisa ser realizada com pessoas que estão abertas a ouvir as críticas, para então melhorar suas práticas em sala.
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Concordo, Camila. De fato, é uma tarefa bastante complexa e delicada e, claro, as críticas que ocorrerem precisam ser construtivas, para que não acabe desanimando ainda mais os professores.
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Achei muito promissora essa proposta da abordagem na reunião pedagógica. Cabe citar que apesar das divergências de áreas de estudo e interesse, todos são professores lidando com as mesmas situações diariamente, além de terem um objetivo em comum. Ter isso sempre reforçado é essencial.
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Com certeza. O coletivo de professores sempre será o agente principal para que a clínica funcione, pois sem um parceiro para fazer uma sugestão ou crítica, o trabalho fica comprometido a se repetir na mesma falha.
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Todos, no ambiente escolar, lidam com o fato de serem professores e especialistas naquilo que fazem. Quando os problemas são compartilhados em um coletivo de trabalho, eles acabam se tornando muito menos relevantes, pois é a partir dessa própria partilha de dificuldades que a profissão consegue adquirir benefícios e superar obstáculos.
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Excelente observação Angelo. Como já falei em outros posts, “a união faz a força”. Acredito que se as pessoas, no âmbito escolar, se ajudarem nossa educação tende a evoluir grandemente.
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Isso mesmo,Camila! Crescemos no coletivo, sempre. Acredito que a Clínica possui total capacidade em dar os primeiros passos para uma mudança em âmbito educacional, especialmente ao que se refere a prática docente.
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Conforme venho comentando nos post anteriores, como o coletivo é mágico, capaz de mudar e aprimorar processos quando bem orientado.
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